Outubro Rosa em Correntina e histórias inspiradoras de mulheres que venceram o câncer

Correntina (BA) – Receber o diagnóstico de um câncer de mama é um momento delicado, mas quando a descoberta da doença é precoce, as chances de cura aumentam significativamente. Para isso, a Prefeitura de Correntina, por meio da Secretaria de Saúde, está reforçando as orientações sobre a prevenção contra o câncer de mama neste mês de outubro, por meio da campanha ‘Outubro Rosa’.

Ter acesso a relatos de mulheres que enfrentaram a doença e agora estão curadas ajuda as novas pacientes a manterem as esperanças em seus processos de cura. Para isso, ouvimos depoimentos de mulheres correntinenses que tiveram a doença, fizeram o tratamento e estão curadas.

Edneia Nascimento, assistente social

Desde os 15 anos, eu ia ao ginecologista uma vez por ano e fazia os exames indicados, que na época era o ultrassom de mama. Eu já tinha um histórico familiar de câncer de mama na família, pois minha mãe teve câncer de mama com 40 anos. Aliás, minha mãe foi a primeira mulher diagnosticada com câncer de mama em Correntina. Aos 35 anos, comecei a fazer mamografia. Em 2011 o tumor apareceu no ultrassom, foi um susto enorme, porque tinha três meses que tinha feito a mamografia e ultrassonografia e não tinha nenhum nódulo na mama. O médico solicitou a biópsia e, infelizmente, o resultado confirmou o câncer de mama.

Fui trabalhando aquele resultado na minha cabeça. Quando o médico me contou que era maligno, parece que o mundo desabou e eu caí num buraco. Fiquei totalmente aérea e assustada. A minha primeira pergunta que fiz ao médico foi sobre a gravidade do diagnóstico. Ele me tranquilizou dizendo que era um tumor inicial, porque foi diagnosticado precocemente. Explicou que tinha cura e tratamento. Comuniquei à minha família e amigos sobre o resultado da biópsia. Depois disso, o dia a dia foi intenso, com consultas e exames. Foquei no diagnóstico e pensei: eu preciso ficar otimista. Na minha mente, criei um tripé: Deus, a equipe médica que iria cuidar de mim e minha família e amigos. Eu lidei muito bem psicologicamente com todo esse processo, desde o diagnóstico, cirurgia, quimioterapia e hormonioterapia.

Antes de decidir sobre a cirurgia, eu procurei a opinião de mais dois profissionais, porque eu queria ouvir o médico que operou minha mãe. Alguns médicos diferem sobre o protocolo de tratamento. A médica propôs uma cirurgia muito radical, a mastectomia total.

Depois vieram oitos sessões de quimioterapia, a parte mais arrasadora. A gente ouve falar mais da queda do cabelo e do enjoo, mas os efeitos colaterais vão muito além desses sintomas. Ainda fiz 33 sessões de radioterapia e hormonioterapia por 10 anos.

Comecei a dividir a minha dor com outras mulheres. Como sou conhecida na cidade, comecei a compartilhar minhas experiências com outras mulheres que foram diagnosticadas com câncer de mama. Durante o tratamento, comecei a trocar informações com outras pacientes. Essa troca de experiência foi muito enriquecedora, porque eu me senti acolhida e percebi que poderia corresponder com outras mulheres esse sentimento de acolhimento. Comecei a contar a minha história, porque, se eu falasse publicamente, poderia ajudar muita gente. Foi o que de fato aconteceu, quando uma mulher é diagnosticada com câncer, sempre faço essa acolhida, porque sei que é um tratamento doloroso.

As pessoas ficam muito assustadas com a palavra câncer, a grande maioria se cura. Por isso a importância da realização dos exames periódicos e do autoexame. Agora, se você for fazer o exame todo ano, você salva a sua vida.

Hoje, minha família é uma militante no Outubro Rosa.

Meu marido é comerciante na cidade, e durante o mês de outubro ele entrega um laço rosa para os clientes que entram na loja. Eu e minha família atuamos na campanha ‘Outubro Rosa’. Trabalhamos na sensibilização e conscientização do autocuidado e do diagnóstico precoce. Entregamos lacinhos e lembrancinhas alusivas à campanha no comércio do meu esposo, alertando para o ato de se cuidar. Se tocar é um gesto de amor!

“Criei um tripé: Deus, a equipe médica que iria cuidar de mim e minha família e amigos. Eu lidei muito bem psicologicamente com todo esse processo, desde o diagnóstico, cirurgia, quimioterapia e hormonioterapia”.
Edneia Nascimento, assistente social

Marilza Silva Pereira

Sempre tive o cuidado de fazer o exame, de autoexame, e o preventivo todo ano, e agora sei que é preciso fazer tanto a mamografia quanto a ultrassonografia, par ter o resultado positivo. No dia 12 de novembro de 2020, à noite, quando já estava preparada para dormir, passei a mão em minha mama direita e fui surpreendida, senti um nódulo.

No dia 24 já passei por uma mastologista em Goiânia, à qual passou exames, aí veio o diagnóstico positivo. Fui encaminhada ao oncologista, onde iniciei o tratamento, particular, depois fui encaminhada para o Hospital Araújo Jorge. Foram 16 quimioterapia, depois cirurgia, e 19 radioterapia. A superação não é fácil, mas costumo dizer que Deus me fez forte e esteve sempre comigo. Fui bem acolhida, tanto por parentes, amigos, conhecidos e até por pessoas em que não conheço. Sou muito grata por todos e por tudo.

Agora, com muita fé, estou tentando aos poucos voltar à vida normal, seguindo orientação médica a qual fui parabenizada pelo tratamento positivo. Só tenho a agradecer, só glória!

“A superação não é fácil, mas costumo dizer que Deus me fez forte e esteve sempre comigo. Fui bem acolhida, tanto por parentes, amigos, conhecidos e até por pessoas em que não conheço. Sou muito grata por todos e por tudo”

Marilza Silva Pereira

 

Evani Souza Barbosa

Em 2017 descobri um caroço na minha mama direita. Então, fui à ginecologista onde ela solicitou um ultrassom, que detectou o caroço. A médica orientou a procurar um profissional da área, que é o mastologista. Fiquei desesperada no momento mesmo sem saber ainda do resultado. E fui para Goiânia. Cheguei lá fiz todo o procedimento e fiquei aguardando o resultado da biópsia. No dia 17 abril de 2017 fui apresentar a biópsia do médico. Lá, foi detectado.  Naquele momento meu mundo desabou, sem eu saber o que fazer.  Desesperada, fui em busca do tratamento. Fiz todos os procedimentos, cirurgia, quimioterapia, radioterapia, fui ao psicólogo e psiquiatra, pois eu não aceitava. Com o passar do tempo fui encontrando apoios, principalmente da minha família, que me acompanhou esse tempo todo. Hoje, estou aqui para contar a história e falar que venci e que minha cabeça também hoje é outra se for preciso tratar da mesma situação. Continuo lutando, pois você tem que estar se monitorando, tem que fazer suas prevenções o tempo todo. Já tem cinco anos e eu ainda frequento os médicos de três em três meses, pois faço uso de medicações.

Graças a Deus lutei, venci e segui em frente!

“Hoje, estou aqui para contar a história e falar que venci e que minha cabeça também hoje é outra se for preciso tratar da mesma situação”

Evani Souza Barbosa

Secretaria de Saúde disponibiliza exames

Neste mês as mulheres de Correntina terão acesso a diversos serviços voltados à conscientização da importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.  Como parte das ações, a Secretaria de Saúde está com agendamentos disponíveis para o exame de mama. Para mulheres de 50 a 69 anos, a recomendação é que procurem uma unidade de saúde com pedido médico de 7 às 12h.

Ascom – Prefeitura de Correntina-BA
ascom@corentina.ba.gov.br